sábado, 4 de setembro de 2010

Parte V

O novo dia veio nublado. Uma aragem fresca entrava pelas frestas das portadas. Pedi emprestada uma bicicleta para a manhã e dirigi-me novamente para a aldeia.

No fundo, aquele dia traduzia o meu estado de espírito. Enquanto pedalava, pensava na capacidade da nossa mente se sublevar quando não estamos acordados para a direccionar para as coisas correctas. Sempre tive sonhos muito bem delineados, muito ricos em detalhes – a todos os níveis. Chego a acordar angustiada se estou numa situação que cause isso durante o sonho. E não são sensações que se afastem facilmente, pois é tanto o pormenor que durante todo o dia vou revisitando os sonhos que tive. Pois bem, desta vez não me sentia angustiada mas antes um pouco apreensiva e até melancólica e tudo por causa do sonho que ocupara metade da minha noite.

E assim decidi ir pedalar, arejar a cabeça, maravilhar-me com o mundo.
Mais uma vez vi-me rodeada pela feira do dia anterior. Num canto da praça havia um suporte para bicicletas, onde deixei a minha, presa no cadeado respectivo. Ainda era cedo, mas já podíamos considerar que estávamos na hora de almoço e, de qualquer modo, a pedalada abrira-me o apetite.

Numa das perpendiculares à rua principal, que partiam da praça, encontrei um buffet vegetariano, estabelecimento pequeno e arrojado, com música de fundo e apenas cerca de três mesas.
Entrei.

2 comentários: