Estou presa. Presa em mim. Presa aos meus pensamentos que não são verdadeiramente meus. Posso ser extremamente arrogante e quase auto-destrutiva ao dizer que sou o fruto de uma sociedade mesquinha e preconceituosa, má e intolerante. Ou então posso ser mais suave e benevolente comigo mesma e dizer que vivo com um pé na realidade e outro na utopia. Tenho uma data de ideias pré-concebidas que passei toda uma infância a ornamentar e sem as quais parece que as coisas à minha volta não funcionam. Como se tudo se devesse encaixar na perfeição nas minhas concepções, devidamente catalogado e arrumado nos seus lugares, muito organizadinho. E acabo por não me permitir entender que as pessoas são demasiado complexas e imprevisíveis para poderem ser rotuladas dessa maneira! Acabo por não me permitir a mim mesma ser complexa e imprevisível e tudo o que foge à minha concepção do normal e certo é simplesmente assustador e inadmissível E quem é mais afectada por estas questões sou eu mesma! É incrível o quão permissiva consigo ser com a maioria das pessoas, o quão compreensiva, e não o conseguir fazer para mim.
Sou a minha maior crítica e rotuladora… Preciso de uma mudança; preciso de deixar de ter medo e viver as coisas como apenas mais uma experiência, importante e recompensadora.
Pretextos, Helder Macedo (Caminho)
Há 2 dias
E faço minhas as tuas palavras..."Preciso de uma mudança; preciso de deixar de ter medo e viver as coisas como apenas mais uma experiência, importante e recompensadora."
ResponderEliminarGostei muito, revejo-me completamente no que escreves-te.
Well done!
Raquel